Como transformar objetivos financeiros de Ano Novo em conquistas reais?
Entre uvas passas, champanhe e muita alegria, é inevitável sair-nos uma série de promessas para o ano que nasce, mas que passadas umas semanas deixamos cair como se uma nota de rodapé se tratasse.
Das promessas de irmos mais vezes ao ginásio passando pela vontade de, finalmente, fazermos aquela viagem há muito adiada ou tirarmos aquela ideia de negócio da gaveta, o que não falta são cartas de intenção que, não raras vezes, nunca chegam a ver a luz do dia.
Se, ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, interiorizou a mudança e está disposto a colocar as suas finanças pessoais na ordem para, a partir delas, construir algo real e palpável que mude a sua vida para melhor, então veio ao sítio certo.
Ao longo das próximas linhas vamos ajudá-lo a conquistar o seu lugar ao sol com algumas dicas que prometem revolucionar as suas finanças pessoais.
Dicas para transformar promessas de ano novo em conquistas financeiras reais
Conseguir concretizar os seus projetos pessoais pode estar mais próximo do que imagina, basta uma pitada de disciplina, um toque de criatividade e um fio de organização para dar uma nota mais equilibrada à sua vida financeira, senão veja:
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Faça um apanhado completo da sua situação financeira
Antes de começar a pensar em estratégias de poupança, a primeira coisa a fazer é ter uma visão 360º graus sobre a sua situação financeira aproveitando o momento para identificar, desde logo, potenciais focos de despesa excessiva.
Em função dos seus rendimentos e despesas (fixas e variáveis), procure criar um orçamento mensal/anual o mais realista possível que contemple potenciais fontes de rendimento extra e cortes na despesa.
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Defina objetivos claros e alcançáveis
Desejar aumentar o montante que, todos os meses, entra em sua casa e identificar despesas a cortar são tarefas relativamente simples, o mais complicado é concretizá-las ou manter a disciplina necessária para fazê-lo.
Para ajudá-lo nesta tarefa, defina metas claras e alcançáveis que lhe sirvam de guia durante todo este processo. Note que, quanto mais específicos forem os objetivos, mais facilmente poderá monitorizar a sua progressão e ajustá-los à qualquer alteração que surja na sua vida.
Por exemplo, em vez de desejar comprar um carro novo, defina o seu objetivo como “quero adquirir um Kia EV6 com um orçamento de 60 mil euros”.
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Crie (e siga) estratégias de poupança
Como sublinhamos, é importante que, aquando da “auditoria” às suas contas e da criação de um orçamento, estipule estratégias de poupança.
Entre as mais efetivas, encontram-se:
– Redução da potência contratada e comparação entre diferentes fornecedores de energia com vista a uma mudança que lhe permita poupar na fatura mensal de eletricidade e gás;
– Trocar o carro pelos transportes públicos;
– Eliminar gastos supérfluos e aproveitar os descontos e promoções dos supermercados para as compras do dia-a-dia;
– Fazer as compras de maior valor durante o período de saldos;
– Investir em soluções de poupança, como um PPR e/ou Certificados de Aforro e de Tesouro;
– Procurar novas fontes de rendimento (monetizar uma competência através das redes sociais, vender artigos de que já não necessita nos marketplaces, arranjar um part-time, etc.);
– Colocar redutores de caudal nas torneiras e apostar na instalação de painéis fotovoltaicos (numa ótica de poupança a médio-longo prazo).
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Elimine dívidas de crédito
A par da fatura de energia e das rendas (quando aplicável), as prestações mensais decorrentes de créditos ao consumo são um dos maiores entraves à poupança, razão mais do que suficiente para atuar sobre elas.
Como? Com um crédito consolidado.
Apesar de, na sua génese, esta também ser uma solução de crédito, a sua finalidade principal é bastante diferente da de um crédito pessoal ou da de um crédito automóvel.
Em termos práticos, depois de contratar um crédito consolidado, a instituição de crédito onde o fizer irá liquidar todos os seus créditos anteriores (mínimo de dois) e ficar como sua única credora.
Durante este processo, ficará a pagar apenas uma, reduzida, prestação mensal, contará com um prazo de reembolso mais alargado, uma única data fixa de pagamento e, inclusive, até receber um financiamento extra para utilizar na finalidade que quiser sem que, para isso, tenha de apresentar qualquer justificação à entidade bancária.
No total, com uma consolidação de créditos, poderá reduzir as suas prestações mensais em até 60% e, consequentemente, fazer baixar a sua taxa de esforço, taxa que mede a percentagem do seu orçamento mensal que é alocada ao pagamento de prestações.
Se consolidar créditos for a sua opção, recomendamos que consulte o apoio dos especialistas de intermediação de crédito da CONFFIA que, por sua vez, o vão acompanhar ao longo de todo o processo de pesquisa, comparação, escolha e contratação do crédito consolidado que melhor sirva a sua taxa de poupança.
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Utilize ferramentas de gestão financeira
Para ajudá-lo na tarefa de transformar os seus objetivos financeiros em conquistas reais, aproveite algumas técnicas, como, por exemplo, a regra 50/30/20 que, na prática, propõe dividir o seu orçamento em 50% para despesas fixas, 30% para lazer e 20% para investimentos ou utilize uma das muitas apps de finanças pessoais existentes no mercado.
Aplicações móveis, como a Boonzi ou a Wally, permitem-lhe monitorizar o seu orçamento, categorizar despesas, estabelecer limites de despesa com alertas associados e ter acesso a relatórios pormenorizados e dicas de poupança.
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Adapte-se ao cenário económico para 2025
Com a entrada em cena de Trump, a continuação da guerra na Ucrânia, a manutenção das taxas de juro em níveis elevadas (mesmo que o BCE tenha anunciado cortes para este ano) e a introdução das medidas aprovadas em sede de Orçamento de Estado que terão peso no bolso do portugueses, é importante manter o cenário económico nacional e internacional debaixo de olho e procurar, na medida das suas possibilidades, antecipar-se às mudanças que daí podem advir.